quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"(...)
O mas está para o relativismo, como o sim e o não estão para o absolutismo.
(...)
O mas é o não obstante do sofrimento. O sofrimento não é o não obstante do mas.
O mas é a penitência laica do pecado para enfraquecer o código moral sob a bondosa semântica de um qualquer mas apresentado como símbolo de tolerância.
O mas é a versão intelectual do cínico, que perverte a hierarquia e reduz a pó o valor das palavras, actos e pensamentos. (...) mais ou menos, que mais não é que o intervalo da nossa indiferença, debilidade e cobardia.
(...) no e também há tolerância e respeito pelo outro. Mas há uma tolerância pela acção e pelo exemplo, não apenas uma tolerância corrosiva e diluente, onde nada cabe, porque tudo lá parece caber.
A ética é feita de muitos e's, embora na vida tenhamos de enfrentar muitos ou's numa relação com o mundo que nos exige a limitação de muitos outros mas's.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.

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