quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"(...) ninguém sabe o suficiente para ser intolerante. (Karl Popper)
(...) o risco é absoluto, mas a esperança também é absoluta. (Jean Guitton)", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"Escrevo para me libertar. Ou liberto-me para escrever?", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"Uma coisa lançou profundas raízes em mim: a convicção de que a moral é o fundamento de tudo e a verdade a substância da moral. (Gandhi)", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"O perfeccionismo é uma doença de declaração obrigatória ou é uma manifestação de boa saúde mental? O perfeccionismo é a consequência de menos auto-estima ou uma forma de rigorosa honestidade intelectual? O perfeccionismo é um complexo de inferioridade ou uma complexa capacidade de perceber o que nos rodeia? O perfeccionismo vale a pena ou é um esforço para o vidrão dos desperdícios? O perfeccionismo é para nós ou para os outros? O perfeccionismo é mais moral, intelectual ou estético? O perfeccionismo é amigo da verdade, do bem e do belo ou adversário desprezível do pragmatismo?", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"O importante não é o que acontece, mas o que acontece em nós desse acontecer., (...) Vergílio Ferreira.
(...)
dar as mãos por nada significa esquecimento de nós próprios.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"(...) regra sociológica da sociedade: facilidade, repentismo, vulgaridade com que uns ajuízam outros, num turbilhão desgovernado de leviandade, despeito, inveja, mediocridade, logo explosivamente injusto. Vivemos uma época onde a etiquetagem das pessoas parace ser implacavelmente ligeira e volúvel.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"A autenticidade é a verdade do comportamento.
A fidelidade é o coração do comportamento.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"Não será que parar também pode ser escutar, ver, compreender, sentir, amar? E não é isto a essência do viver?", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"Na sociedade hedonista o que vale é o prazer. O limite máximo do prazer sem limite.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"O bem e o mal diluídos no novo reino das opiniões e das impressões, onde tudo vale porque nada vale para além das nossas circunstâncias. Uma nova amiba (a)moral que tudo aceita, excepto quando nos atinge na nossa pequenez.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"A ética da pedagogia não é a inacção do relativo. É, antes, a acção para principios de vida que deveriam cinstituir património insubstituível desta confundida humanidade.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"Deus nunca mandou matar em nome d'Ele. Como João Paulo II disse (...), todos os crentes devem unir esforços para que Deus não fique refém das ambições dos homens.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"Se Deus é a nossa intimidade absoluta, a Mãe é a nossa cumplicidade absoluta.
(...) Eis a vida, esse dom de Deus trazido ao mundo pela Mãe e certificado no mundo através do Senhor pela Graça de Sua Mãe.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"Entre o passado e o futuro, convencionou-se idolatrar o presente. Entre a memória e a utopia programou-se a aparência. Entre o que já foi e o que ainda não se sabe se vai ser inventou-se o estar. Entre a história e a tecnologia deixou-se germinar a ignorância indiferente.
O presente apenas existe no tempo que se torna passado. O presente é, apenas, esse momento fugaz que existe no tempo exacto em que desaparece. O presente é uma ínfima parede entre o passado e o futuro (...). O presente é a ausência de passado e de futuro. (...) O presente é o bilhete de identidade da rotina do instantâneo.
(...)
Quanto ao passado, oscila-se entre a memória curta e a diluição afectiva. (...)", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"E a vida também não se hierarquiza.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.

(Porque as pessoas têm direito à dignidade e respeito tanto em vida como na morte, independentemente do lugar e situação sócio-económica.)
"A vida não se relativiza, nem é moeda de troca.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"(...)
O mas está para o relativismo, como o sim e o não estão para o absolutismo.
(...)
O mas é o não obstante do sofrimento. O sofrimento não é o não obstante do mas.
O mas é a penitência laica do pecado para enfraquecer o código moral sob a bondosa semântica de um qualquer mas apresentado como símbolo de tolerância.
O mas é a versão intelectual do cínico, que perverte a hierarquia e reduz a pó o valor das palavras, actos e pensamentos. (...) mais ou menos, que mais não é que o intervalo da nossa indiferença, debilidade e cobardia.
(...) no e também há tolerância e respeito pelo outro. Mas há uma tolerância pela acção e pelo exemplo, não apenas uma tolerância corrosiva e diluente, onde nada cabe, porque tudo lá parece caber.
A ética é feita de muitos e's, embora na vida tenhamos de enfrentar muitos ou's numa relação com o mundo que nos exige a limitação de muitos outros mas's.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"(...) É o relativismo que amolece as consciências boas e endurece as satânicas. (...) que nos torna mais animais e menos pessoas. (...) que faz germinar as trevas e a indiferença. (...) que corrompe a alma por troca com qualquer outra mordomia. (...) que nos afasta da transcência e da procura de nós mesmos.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"O silêncio (...) tão detestado, porque aceite como inútil, onde o útil é soberanamente o que orienta.
O silêncio, que não dá prestigio e não suscita consideração porque o que conta é não estar calado, mesmo que através de interjeições vazias que são uma espécie de fronteira acústica entre o silêncio e o som das palavras pedidas no vazio das ideias.
(...) ficar em silêncio desqualifica, mesmo que nada se tenha para dizer. Num debate televisivo o que perde é o que fala menos, mesmo que, no intervalo do seu silêncio tenha sido o que disse mais. Nos discursos, o que conta não é o valor do conteúdo mas o tempo em que se agride o silêncio de não se ter terminado a horas. Na discussão, ganha quem não se cala e perde quem, às vezes sensatamente, escuta, no silêncio do seu ser, a consciência do respeito.
O silêncio não é apenas a ausência do som, como a sombra não se esgota na ausência da luz.
O silêncio existe para além da não-existência do seu oposto. (...) Não foi (...) o silêncio que veio perturbar a necessidade de ruído, mas o inverso. O silêncio é a verdade, o som a realidade da aparência. É o silêncio (...) que mede o nosso estado de espírito. Logo, não há apenas o silêncio, há silêncios.
O silêncio é consubstancial a toda a natureza e, por isso, a nós. Está presente em tudo e convive dentro de todos (...) Não é o silêncio uma forma de pureza (...) num mundo de tanta impureza? Não é o silêncio uma forma de solidão na sociedade que a ela foge em nome do seu contrário, o qual pode ser, afinal, a forma perversa de solidão na ilusão da companhia? (...)
O silêncio é uma forma de perfeição no mais intimo dos nossos espíritos.
(...)
O pôr-do-sol convida à serenidade do silêncio.
O olhar pode ser muito mais do que o silêncio de uma palavra não dita.
O silêncio da oração pode ser dito por palavras.
O silêncio de quem está só pode quebrar a solidão aparente do som que não está presente. O silêncio é a forma serena de adormecer e o modo suave de acordar.
O silêncio do reencontro é a forma perfeita do abraço.
O silêncio na morte do ente ou amigo diz tudo no respeito de nada dizer.
(...)
O silêncio incomoda porque interpela, perturba porque brota da alma, aborrece porque não rende, afasta porque se crê não comunicar, desafia porque pode ser uma forma de pedagogia.
(...)
Silêncio sempre diferente na igualdade da diferença de cada um, diferente dos outros (...)
(...)
O silêncio é, hoje, motivo de chacota e sintoma de crítica. Já lá vai o tempo em que o silêncio era de ouro. (..)
O silêncio não se explica, ouve-se. Convida-nos à profilaxia da introspecção, aproxima-nos de nós mesmos, (...). O silêncio é o eco da nossa existência e o som da nossa não-existência. (...) é a mais sublime forma de purificação e de reencontro com nós mesmos. (...) não acaba, porque não tem medida, nem tempo. Como tal, o silêncio é eterno e existe para além de nós, imensidão do universo e na compreensão de Deus. (...)", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.

Silêncios: alegria, desgosto, amor, fé, concordância, discordância, liberdade, eloquência, serenidade, desespero, esperança, convicção, ignorância, verdade, fingimento, coragem, medo.
"O mais dificil de alcançar é o simples.
O mais possível de alcançar é o que mais impossível parece.", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.
"Escutar Deus no silêncio da nossa intimidade absoluta, despida de tabus terrenos. Orar a Deus no ruído do nosso quotidiano sem espaço. Questionar Deus no silêncio ensurdecedor da nossa fraqueza. Ver Deus no ruído silencioso dos que sofrem por amor a Ele", Do lado de cá, ao deus-dará, de Bagão Félix.